Áreas contaminadas aumentam em Mogi das Cruzes
quarta-feira, 18 de abril de 2012A Companhia Ambiental do Estado de São Paulo (Cetesb) identificou um total de 28 novas áreas contaminadas em Mogi das Cruzes, apenas no decorrer de 2011. O número representa um aumento de 103% nos locais com incidência de contaminação no Município. Até dezembro de 2010, a Cidade possuía o registro de 26 terrenos ambientalmente comprometidos pelas infiltrações de poluentes. Já no final do ano passado, 54 propriedades passaram a integrar a lista, sendo que apenas uma delas conseguiu a reabilitação.
O aumento verificado em Mogi foi bastante superior à média registrada em todo o Estado, onde as contaminações passaram de 3.675 em 2010 para 4.131 no ano passado, com um índice de crescimento de 12%. As informações são da Cetesb, que divulgou ontem a versão atualizada da “Relação de Áreas Contaminadas e Reabilitadas no Estado de São Paulo – Dezembro de 2011”.
Em nota encaminhada à Imprensa, o diretor de Controle e Licenciamento Ambiental da Cetesb, Geraldo do Amaral Filho, comentou os aumentos registrados em todo o Estado. Ele afirmou que houve um “esforço na identificação de novas áreas contaminadas” e que o órgão está “promovendo a capacitação de seus técnicos, criando e disponibilizando infraestrutura e procedimentos para enfrentar os problemas gerados pela existência das áreas contaminadas”. Ele ainda avaliou que há uma tendência de que os números cresçam nas próximas atualizações do documento. O relatório da Cetesb aponta que Mogi das Cruzes possui atualmente 38 locais classificados como “contaminados” e outros 15 terrenos que no momento estão em “processo de monitoramento para reabilitação”. Apenas uma área, um posto de combustíveis de propriedade do Hipermercado Shibata, localizado no Mogilar, conseguiu a liberação.
A relação mostra ainda que, em todo o Estado, os grandes vilões das áreas contaminadas são os postos de combustíveis e este mesmo cenário se repete em Mogi das Cruzes. Dos 54 terrenos mogianos listados pela Cetesb, 41 são de empreendimentos do tipo, localizados nos mais diversos pontos da Cidade. Entre eles, 27 unidades estão contaminadas, 13 passam por monitoramento para reabilitação e um foi reabilitado. O documento possui oito indústrias listadas entre a relação de poluidores, sendo que apenas a Elgin Máquinas, localizada no Bairro do São João, está em processo de reabilitação.
Todas as outras sete possuem áreas consideradas contaminadas. São elas: Aços Vilares S/A, do Rio Acima; Delison Mont”Alvão Medeiros, do Cocuera; Pássaro Marron, localizada no Mogilar; Imerys do Brasil, instalada no Parque das Varinhas; Petrom – Petroquímica Mogi das Cruzes, Vila Moraes; e as mineradoras Itaquareia e Mineração Horri, ambas de Jundiapeba.
Também constam no documento da Cetesb dois terrenos de responsabilidade da Prefeitura de Mogi das Cruzes, utilizadas no passado para disposição de resíduos. O primeiro deles é o chamado “lixão da Volta Fria”, que foi desativado em 2004 e é considerado ainda hoje como área contaminada. No local, a Cetesb confirmou poluição de solo, subsolo e das águas superficiais e subterrâneas. O Executivo mogiano é o responsável pela recuperação do local e, no futuro, poderá pleitear um novo uso para ele. A segunda área fica na Rua Tenente Onofre Rodrigues Aguiar, no Jardim Santa Catarina, e faz parte do passivo da antiga Mineração Geral do Brasil.
O terreno, que fica muito próximo ao Rio Tietê, está contaminado por moinho de ferro, resíduo da produção industrial altamente perigoso por sua propriedade inflamável. Ainda há registros de poluição por metais pesados na área, que também terá de ser recuperada pelo Governo Municipal.
O relatório da Cetesb indica, por fim, contaminação em um estabelecimento cujo ramo de atividade foi classificado como comercial e em dois empreendimentos imobiliários, pertencentes à MRV Engenharia. No primeiro caso, a poluição foi provocada por metais encontrados em águas subterrâneas dentro da propriedade do Terminal Intermodal Tinaga, localizado no Taboão. Os outros dois registros referem-se a imóveis de Jundiapeba e do Mogilar, de propriedade da construtora mencionada. Porém, o relatório da Cetesb não fornece muitos detalhes sobre os dois casos de responsabilidade da empresa, que teve a área de atuação classificada como “desconhecida” no documento.
Transpetro
O relatório de áreas contaminadas ainda não inclui o acidente envolvendo um duto da Petrobrás, que se rompeu em 2010, na Volta Fria. Isso só deverá ocorrer quando forem concluídas as fases iniciais de investigação do caso, que vem sendo acompanhado pela Cetesb.
Fonte: Diário de Mogi das Cruzes