Mogi realizará limpeza do Rio Negro
quarta-feira, 27 de junho de 2012Ao buscar recursos financeiros para as obras do Piscinão da Vila Ressaca, entre a Vila Natal e o São João, Mogi das Cruzes dá um passo importante para a despoluição da Bacia do Rio Negro e, por consequência, do Ribeirão Ipiranga, onde o manancial deságua com uma estupenda carga de esgotos domésticos, e do Rio Tietê, o destino natural de ambos.
Orçado em cerca de R$ 40 milhões, o projeto faz parte das ações de combate às enchentes de boa parte da região central e prevê a instalação da rede coletora do esgoto jogado no Rio Negro, o melancólico fio de água caracterizado pelo mau cheiro e o recebimento de lixo de toda a sorte: restos de construção, embalagens plásticas, móveis e eletrodomésticos velhos.
E quem joga tudo isso no rio? Infelizmente, uma grande parcela da população que ainda não acordou para os apelos da preservação do meio ambiente, nem mesmo sendo vítima da indesculpável falta de educação e cidadania.
A população que polui os mananciais é a mesma que sofre com as inundações: se não com o prejuízo financeiro gerado pelo transbordamento das águas e alagamentos em casas e lojas, por reflexos secundários de grande peso social, como o estresse que se viu nas tardes de chuva do último verão, quando os temporais engessaram o trânsito e paralisaram boa parte da Cidade.
Tão importante como a ação antienchente será a despoluição do Rio Negro, que recebe o nome apropriadamente: a cor lúgubre define bem as águas que correm em seu leito e cruzam boa parte da região da nascente, na Rua dos Vicentinos, passando por toda a Vila Natal e o São João até chegar ao Centro. Parte dele já está canalizada, como na região do Largo Prefeito Francisco Ribeiro Nogueira, o antigo 1º de Setembro.
Além dos coletores de esgoto que serão interligados à rede para o tratamento nas estações de Mogi, em César de Souza, ou da Sabesp, em Suzano, o plano é canalizar os trechos do rio que ainda correm a céu aberto, em projeto semelhante ao que está sendo executado no Córrego dos Canudos, no Distrito de Braz Cubas.
Se bem concretizada, a medida será um grande acerto na luta pela limpeza do Tietê, um rio maltratado pela descarga de poluentes – sendo que a maior parte resultado do esgoto domiciliar. A indústria, nas últimas décadas, reduziu drasticamente a emissão de agentes poluidores.
O projeto é excelente, mas o ponto destoante é a falta de previsão para executar a obra. O governo municipal ainda busca recursos junto aos governos estadual e federal para tirar do papel a tão necessária limpeza do Rio Negro.
Fonte: O Diário de Mogi