Empresários de Mogi das Cruzes estão mais cautelosos depois da catástrofe
terça-feira, 15 de março de 2011Após a tragédia ocasionada pelo terremoto de 8,9 graus de magnitude no Japão e o tsunami que devastou várias cidades do litoral do país pela inundação das águas do mar, deixando milhares de mortos, a economia dos japoneses também deverá ser abalada. Para os industriais de Mogi das Cruzes que exportam seus produtos para o Japão, o momento é de espera e colocar o pé no freio nos investimentos. Segundo o diretor da empresa MN Própolis, Carlos Wada, toda a produção da fábrica de alimentos é 80% direcionada para exportação ao Japão, principalmente às regiões de Tóquio, Nagoya e Fukushima, esta última cidade onde está a usina nuclear que explodiu depois do tremor.
Wada declarou que os pedidos feitos a empresas continuam confirmados, mas afirma que a empresa vai rever o plano para o segundo semestre. “O momento é de cautela, porque a economia do Japão, que estava frágil, deverá ficar ainda mais abalada após este problema e sua recuperação será de forma gradativa e a longo prazo”, declara.
O gerente administrativo e de recursos humanos da empresa japonesa NGK, fabricante de peças para o setor automotivo e de cerâmica, Mauro Calabrez, não recebeu nenhuma orientação sobre a interrupção dos planos traçados no início do ano pela fábrica. “Todo o nosso planejamento de investimento está mantido, até porque nosso mercado é voltado para a América Latina”, fala. Segundo ele, a matriz da NGK está a mais de 400 quilômetros do foco do terremoto e do tsunami. No entanto, o gerente afirma que é prematuro dizer sobre o futuro, devido às incertezas que esta catástrofe natural poderá causar na economia do Japão e do mundo.
O secretário municipal de Desenvolvimento Econômico, Marcos Damásio, acredita que os investimentos de empresas japoneses previstos para acontecer em Mogi deverão continuar. Ele informou que nenhuma empresa instalada em Mogi declarou contingenciamento de recursos ou interrupção de ações na cidade por conta da tragédia natural que ocorreu na última sexta-feira.
Com a economia do país asiático mais fragilizada, porque ainda estava em recuperação da crise econômica mundial de 2009, o secretário aposta que os empresários nipônicos possam se interessar mais pelo Brasil. “Com este problema, muitas empresas podem querer deixar o país e vir para cá. Se isso acontecer, Mogi poderá ser um destes destinos”, acredita. Segundo ele, as prospecções de indústrias japonesas continuam em busca de áreas para operar na cidade, embora ainda não haja nada de concreto sobre novas instalações. “Isso só deve se confirmar quando eles comprarem um terreno e anunciar a construção”, explicou. Damásio afirmou que as empresas já instaladas continuam com seu ritmo normal de produção. “Por enquanto, não tivemos nada ao contrário”, comenta.
Fonte: Mogi News