Mogi das Cruzes conclui desocupação em área de risco
quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012A Prefeitura da cidade Mogi das Cruzes encerrou na terça-feira, 14, o trabalho de desocupação da encosta da Vila Oroxó, iniciado no dia 19 de janeiro para transferência de 36 famílias da última grande área de risco de deslizamento no município.
Todos os objetos dos moradores: Cama, mesas, guarda-roupa, geladeira, máquina de lavar, tudo separado com cuidado por Maria do Carmo Silva, foi levado por equipes da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos para o caminhão da Prefeitura. Depois, ela e seu esposo, Henrique Antonio Tavares, foram os últimos a deixar o local, despedindo-se da casa onde viveram por 26 anos, confiantes em saber que em poucos meses estarão na casa própria.
A mudança foi tranquila e, em poucos minutos Maria partiu para a casa que alugará provisoriamente no Jardim Rodeio,segura da escolha que fez. “Desde que eu me mudei para cá, há 30 anos, já sabia que a gente não podia morar aqui, mas não tinha muita escolha, então fomos ficando. Sempre que chegava alguém novo, querendo construir ou alugar, meu pai já dizia que tinha que conversar na Prefeitura, porque a Prefeitura que era a dona da área. Durante esse tempo todo fiquei esperando uma solução, e nem acredito que isso finalmente está acabando”, declarou a moradora.
As 36 famílias transferidas da Vila Oroxó já estão recebendo o Aluguel Solidário, no valor mensal de R$ 540,00. A primeira parcela do benefício foi entregue no dia 1º de fevereiro e ele será mantido até o momento em que o Condomínio Bromélia ficar pronto e as famílias não precisarem mais pagar aluguel. A expectativa é de que em até 90 dias os apartamentos sejam entregues.
A desocupação da Vila Oroxó é mais uma importante etapa no trabalho habitacional desenvolvido pela Prefeitura de Mogi. Segundo a assessoria de imprensa da Prefeitura com esta desocupação não resta na cidade mais nenhum núcleo habitacional considerável em área de risco de deslizamento, o que significa que praticamente se zera no município a possibilidade de mortes com quedas de barrancos em época de chuva.
O trabalho teve início no dia 19 de janeiro, com prioridade para um grupo de 11 famílias, cujas casas estavam muito próximas do ponto onde foi detectada uma movimentação perigosa de terra. Na sequência começaram a ser feitas as transferências das demais 25 famílias, que também estavam em risco, embora menor, e precisaram sair.
Todas as mudanças foram feitas com respaldo da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, que disponibilizou a mão-de-obra e caminhões para a remoção de móveis e utensílios. A Secretaria Municipal de Segurança também participou ativamente dos trabalhos, com monitoramento diário da Defesa Civil e acompanhamento pela Guarda Municipal.
Até a última sexta-feira, 10, ainda havia seis famílias na encosta. No sábado foram transferidas três, na segunda-feira saíram mais duas e nesta terça-feira, enfim, a aposentada foi a última a sair porque teve de esperar a desocupação da casa que alugou, no Jardim Rodeio. Mas ela garante que em nenhum momento quis continuar ali. Pelo contrário. Agora aguarda ansiosamente pela casa própria, no Condomínio Residencial Bromélia, em Cezar de Souza. “Eu não vejo a hora. Fico imaginando como será minha casinha, onde vou colocar cada móvel, de que jeito que vai ser meu quarto. Estou muito ansiosa”, acrescenta.
Fonte: Jornal A Cidade Arujá