Rezadeiras do Divino levam fé a hospital de Mogi das Cruzes
quarta-feira, 8 de maio de 2013Todo ano as rezadeiras do Divino levam fé e força espiritual para famílias e pessoas internadas em hospitais. Há 10 anos, os pacientes e moradores do Hospital Arnaldo Pezzuti Cavalcante, em Mogi das Cruzes, recebem as visitas com gratidão e felicidade.
A Festa do Divino Espírito Santo começa nesta quinta-feira (9) com o levantamento do mastro na praça Coronel Almeida, no Centro.
A aposentada Therezinha de Fátima Pereira do Prado, de 59 anos, não esquece o preconceito e os momentos difíceis que já passou por viver no Hospital Arnaldo Pezzuti, um antigo leprosário. “Cheguei ao hospital na cidade Mogi das Cruzes logo depois de ter ficado doente. Minha família não aceitava a doença, então me colocaram em um carro preto, um camburão. A polícia me trouxe pra cá com 12 anos de idade. Nunca mais tive contato com eles.”
Hoje, mesmo estando curada, a aposentada optou por continuar morando no local. Ela vive em um conjunto de casas dentro do centro de especialidades do Hospital Arnaldo Pezzuti Cavalcanti, que antes servia apenas para abrigar os doentes. Atualmente, todos levam uma vida normal e recebem, inclusive, a visita das rezadeiras. “É maravilhosa essa visita. Traz paz. O Divino fez milagre na minha vida. Me curou quando estava doente e depressiva”, diz Therezinha.
A peregrinação é realizada nos meses que antecedem a Festa do Divino e sempre acontece em clima de pura distração. O grupo segue cantando, rezando pelas ruas e o símbolo do Divino é recebido por um altar enfeitado. Para a rezadeira Ana Fátima da Silva Quaiati, cada visita representa um momento de emoção. “É um prazer chegar na casa das pessoas. Somos muito bem recebidas. Somos como amigos. Trazemos o Divino para quem não o conhece.”
A fé também é passada de geração em geração. O estudante Felipe Bitante não deixa de comparecer às rezas. “Faço questão de vir porque meu avôs eram muitos devotos. Desde a morte deles eu continuei vindo. Acompanho desde criança”. Após as rezas, um lanche é preparado e abençoado para agradecer a mesa farta de todo dia. “Temos que agradecer ao Divino tudo que conseguimos na vida. E essas visitas são importantes. Se não existir fé e não pedirmos ao Divino que nos traga força você não carrega sua cruz”, diz a aposentada Raimunda Juca Vina.
Fonte: G1